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Estação da Prevenção: escuta, acolhimento e diálogo marcam roda de conversa no SAE de Cascavel
Encontro reforça a importância da adesão ao tratamento, da prevenção combinada e do cuidado integral com a saúde, em um dia marcado por emoção, troca de experiências e conscientização.

O Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Cascavel recebeu, no dia 13 de novembro de 2025, uma roda de conversa com usuários do serviço, conduzida pelos educadores sociais Francisco das Chagas e Ivoneide Santos. O encontro foi marcado por forte acolhimento, reflexões profundas e momentos de partilha sobre o viver com HIV/AIDS, a adesão ao tratamento e a importância do cuidado integral.
Logo no início, os participantes foram convidados a responder a um questionário reflexivo com perguntas que abordavam desde o impacto do diagnóstico até o processo de aceitação, o papel da ciência, a confiança na equipe de saúde e as mudanças que acompanham a adesão.
O espaço foi preparado para que todos pudessem falar livremente, reforçando que o consultório é o local ideal para dialogar abertamente com o médico e a equipe multiprofissional.
Entre lágrimas, silêncios e abraços, muitos usuários compartilharam histórias de coragem, medo, superação e reconstrução. Os educadores também abriram suas próprias vivências, fortalecendo o vínculo de confiança e mostrando que adesão e esperança caminham lado a lado.
Houve ainda um momento de descontração, com um pequeno sorteio, lembrando as campanhas do Outubro Rosa e Novembro Azul, reforçando o autocuidado e a prevenção de cânceres que afetam mulheres e homens. Também foram repassadas informações sobre o cadastro de cestas básicas, o apoio da RNP+ Ceará e a importância do projeto que vem fortalecendo o bem-estar e a autonomia dos usuários.
Novembro Azul: prevenção como ato de amor
A roda de conversa destacou que o Novembro Azul vai muito além da campanha: é um compromisso com a saúde. O câncer de próstata continua sendo o segundo tipo mais comum entre eles no Brasil. Segundo o INCA, mais de 70 mil novos casos foram diagnosticados anualmente entre 2003 e 2025.
A detecção precoce aumenta as chances de cura, mas muitas pessoas com próstata ainda evitam os exames por vergonha ou preconceito. A mensagem reforçada durante o encontro foi clara: cuidar do corpo não é fraqueza — é responsabilidade e amor próprio.

Outros temas de saúde e luta contra o preconceito
A conversa também abordou outras questões importantes, como sífilis, tuberculose, AVC e prevenção combinada, além de reflexões sobre o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e o impacto do preconceito na vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS.
Usuários relataram experiências marcantes envolvendo estigma, medo e transformação ao longo do tratamento. Uma participante compartilhou a história de sua gestação, em que, graças ao cuidado e à adesão, seu bebê nasceu sem HIV. Outro usuário relatou que, mesmo ele estando indetectável há anos, sua esposa acabou adoecendo por não seguir o tratamento, mas hoje retoma sua adesão com consciência renovada.
Cuidar-se é caminhar pela vida
O encontro foi encerrado com uma mensagem reforçando que as pessoas vivendo com HIV/AIDS caminham em direção à vida, e não à morte. Adesão é cuidado, é bem-estar, é dignidade.
Como disse um dos participantes:
“Eu e minha adesão somos pares para uma vida com qualidade.”
O SAE de Cascavel recebeu os educadores sociais Francisco das Chagas e Ivoneide Santos, junto com os profissionais Lúcia Helena (coordenação), Paulo Marcos (psicólogo), Vera Mendonça (coordenação) e Eliane Cavalcante (psicóloga), que contribuíram para um dia de acolhimento, aprendizado e esperança.





